O cenário climático desafiador imposto pela atual onda de calor no Brasil está gerando preocupações significativas para o futuro das safras de soja e milho em 2024. A Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária) destaca que as altas temperaturas e a restrição hídrica, associadas ao fenômeno El Niño, estão impactando diretamente duas das principais culturas agrícolas do país. Este panorama incerto levanta dúvidas sobre a semeadura da soja e, consequentemente, afeta indiretamente o milho de segunda safra.
Para pesquisadores da Embrapa, o El Niño está gerando incertezas entre os produtores, especialmente em relação ao momento ideal para semear a soja. O atraso na semeadura da soja tem implicações diretas na cultura do milho de segunda safra, plantado após a colheita da soja no final do verão. Quanto mais a semeadura da soja é adiada, maior é a suscetibilidade da cultura do milho a problemas decorrentes da seca, afetando negativamente a agricultura brasileira como um todo.
Enquanto a maior parte do Brasil enfrenta altas temperaturas e tempo seco, a região Sul vive uma situação oposta, com volumes de chuva acima da média. Essa condição traz desafios específicos para culturas como o trigo, onde a qualidade da safra pode ser prejudicada, levando a destinação do produto ao consumo animal em detrimento do consumo humano.
O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou recentemente sua primeira estimativa para a safra de 2024, prevendo uma produção de 308,5 milhões de toneladas em grãos, cereais e leguminosas. Caso essa previsão se concretize, a produção seria 2,8% inferior à deste ano.
Enfrentando desafios climáticos significativos, a agricultura brasileira se vê diante de um período crucial de semeadura, com a incerteza sobre os impactos exatos dessa onda de calor nas safras de soja e milho em 2024. A colaboração entre instituições de pesquisa, como a Embrapa, e a atenção às previsões climáticas tornam-se essenciais para que produtores possam adotar estratégias que minimizem os impactos adversos e garantam a resiliência do setor agrícola diante dessas condições climáticas desafiadoras.
