A soja desempenha um papel fundamental na economia do país e na subsistência dos produtores rurais, sendo líder no ranking de produtos mais exportados por mais de 26 anos consecutivos. Essa posição foi estabelecida desde o momento em que o Brasil começou a documentar e compartilhar dados referentes às vendas internacionais. Nos últimos anos a cultura vem ganhando ainda mais espaço, devido a rentabilidade quase garantida das lavouras. Fatores como as condições climáticas, a presença de pragas e plantas daninhas, bem como a crescente resistência aos agroquímicos, atuam como limitadores do potencial produtivo. Em contrapartida, é importante ressaltar que há aspectos positivos, como os preços atrativos, a possibilidade de aproveitar áreas degradadas para o cultivo da soja, o surgimento de sementes resistentes e a alta demanda pelo produto.
Considerada uma das principais culturas anuais de verão, se não a principal cultivada em solo brasileiro. Sua abrangência, dentre outros fatores, foi impulsionada pela implementação do sistema plantio direto (SPD), método que possibilita maior conservação do solo, produtividade, rentabilidade e competitividade dos sistemas agropecuários (Embrapa).
Cultivo
Embora seja amplamente difundida e cultivada de Norte a Sul do Brasil, o ciclo da soja depende de algumas condições de clima, ambiente e manejo essenciais para o bom crescimento e desempenho. De modo geral, ela se desenvolve bem em temperaturas variando entre 20° e 30°C, sendo que em temperaturas inferiores a 10°C e superiores a 40°C pode ocorrer redução do crescimento das plantas e distúrbios na floração, diminuindo inclusive o pegamento de legumes. Além de responder a temperatura, a planta também responde ao fotoperíodo, sendo assim, o posicionamento de cultivares é essencial para a eficiência do ciclo da planta.
Preparação do solo
Como a disponibilidade de nutrientes no solo apresenta íntima relação com seu pH, mesmo que em quantidades elevadas, nutrientes aportados em solos de pH inadequado tendem a ficar indisponíveis para as plantas. Com isso, o manejo da fertilidade do solo para o ciclo da soja começa pela correção do pH. Para a cultura a soja, o pH ideal para trabalho varia entre 6 e 6,5. Cabe destacar que todo esse manejo deve ser realizado com base nos resultados da análise química da fertilidade do solo e recomendações técnicas para a cultura. As fontes de adubação podem variar de acordo com a região de cultivo e disponibilidade de insumos, entretanto, o objetivo é o mesmo, “suprir as necessidades nutricionais da soja”, sendo essencial para isso conhecer a extração e exportação de nutrientes por parte da cultura.
Semente
A semente pode ser considerada o principal insumo responsável pelo estabelecimento da lavoura. Para um bom estande de plantas é necessário que as sementes utilizadas na semeadura possuam boa qualidade física, fisiológica, sanitária e genética, sendo de fundamental importância trabalhar com sementes que apresentem, dentre outras características, pureza, alta germinação e vigor, e elevada qualidade sanitária. Sementes de baixa qualidade sanitária podem ser fonte para o desenvolvimento de doenças iniciais no ciclo da soja, pragas como nematoides fitopatogênicos ou até mesmo para o desenvolvimento de plantas daninhas, contribuindo para a inserção de pragas e doenças na lavoura.
Além da utilização de sementes de qualidade (preferencialmente certificadas), é preciso proporcionar condições adequadas para a manutenção da qualidade das mesmas. O tratamento de sementes de soja consiste no revestimento das sementes com fungicidas e inseticidas, a fim de protege-las do ataque de fungos e pragas nos estágios iniciais do desenvolvimento. Além dos fungicidas e inseticidas, é usual adicionar ao tratamento de sementes micronutrientes, estimulantes e/ou inoculantes a fim de proporcionar melhoria no ciclo da soja.
Ameaças
As plantas daninhas podem competir com a soja por recursos como água, radiação solar e nutrientes do solo, resultando em redução de produtividade. Dessa forma, o controle de plantas daninhas é indispensável para altas produtividades.
Com relação ao manejo de pragas, o foco pode variar de propriedade para propriedade, mas o monitoramento é essencial para posicionar ações de controle. Dependendo da espécie de pragas, maiores danos podem ser observados no estabelecimento da lavoura, a exemplo de algumas lagartas, já os percevejos por sua vez, causam maiores danos quando atacam a cultura durante seu período reprodutivo.
Colheita
A colheita da soja ocorre após a cultura atingir a maturação fisiológica e a umidade ideal para a realização da operação. Em algumas ocasiões, é possível antecipar o momento de colheita através da dessecação da soja utilizando herbicidas registrados para tal finalidade, proporcionando inclusive maior uniformidade da lavoura.
A umidade de colheita é ainda mais importante se tratando da produção de sementes. Umidade superior a 18% pode causar danos por amassamento nas sementes e umidade inferior a 13% pode causar quebra física, resultando em perda quantitativa e qualitativa. A produção de forma rentável e sustentável é uma tarefa complexa que pode variar muito de propriedade para propriedade e entre sistemas de produção. Pode-se concluir que não existe “receita de bolo”, entretanto, independente da safra, o monitoramento e acompanhamento técnico da lavoura é imprescindível para a obtenção de boas produtividades de soja.Quer saber mais sobre o assunto? Entre em contato com nossos técnicos e faça uma consultoria.